quarta-feira, 30 de julho de 2014

PONTO ARTE GARAPA - PARTIR - Roma Sarcedo - Poemas de Fernando Pessoa -...

ROMUALDO SARCEDO ENCENA PARTIR NO GARAPA

“Um homem no momento limite de sua vida”. Com a simples frase, o ator e diretor Romualdo Sarcedo, 48, convida o público para a sua mais nova empreitada cênica, intitulada “Partir”. Roma, como é conhecido no meio teatral, concedeu a entrevista abaixo, e detalha os passos para a construção do roteiro, texto, atuação.

Após assistir ao monólogo, notei uma similaridade com o poema Na véspera de não partir nunca, assinado por Álvaro de Campos? Sua inspiração veio dele?

Não. Embora seja mais um poema que se afina bem com o conteúdo do roteiro, não me inspirei neste. Aliás, não me inspirei em nenhum poema propriamente. Fui coletando e fazendo a amarração de acordo com a construção narrativa que desejava e ali, para cada momento deste turbilhão de emoções, encaixava algum poema que, na minha concepção, ilustrava as sensações da personagem.

Então quais foram os textos utilizados como subsídio para a montagem?

Estes foram os poemas que selecionei, alguns recortados, outros inteiros, para compor o roteiro. Eles foram se encaixando naturalmente na sequência que eu desejava. Você percebe que há um predomínio dos poemas de Álvaro de Campos, poeta que busca “sentir tudo de todas as maneiras”, indo para o decadentismo, o futurismo e o pessimismo. Entremeando estes sentimentos extremos, cinco poemas do heterônimo Ricardo Reis são mencionados nos momentos de busca pela tranquilidade da alma, pelos prazeres simples da vida, o domínio das paixões e a aceitação da fatalidade da condição humana.

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